segunda-feira, 28 de março de 2011

Cobertura Grito Rock Araraquara

O Grito Rock Araraquara aconteceu nos dias 18, 19 e 20 de Março em três locais diferentes e reuniu um total de oito bandas, um grupo de dança e dois grupos de teatro. Todos os dias deram uma grande movimentação de público e conseguimos cumprir bem o papel de maior festival integrado da América Latina. No total foram cerca de mil e duzentas pessoas somando os três dias. Para ver as fotos do festival clique aqui ou veja no nosso Álbum do Picasa


#1º Dia – Teatro Wallace Leal (18/03/2011):


Neste a portaria havia optado por também receber doações de alimentos não perecíveis e no total foram arrecadados vários quilos que foram encaminhados para doação à assistência social da prefeitura e esta redistribuirá para as entidades beneficentes da cidade. A entrada e todo o espaço estavam repletos de obras do artista araraquarense Tames Santos na sua exposição: “De um pequeno delírio ao início de uma produção Imagética”

Com pouco mais que cinquenta pessoas, a primeira banda a se apresentar, Bexigão de Pedra, abriu a bateria de shows. A abertura começou impressionando o público com o profissionalismo e a qualidade do som da banda, um instrumental psicodélico delirante no qual as pessoas da pista já demonstravam, no balance metronômico dos corpos, toda sua aprovação de um ótimo início. Ao fim do show, entre o intervalo para a próxima banda, a circulação aumentou e uma quantidade bem maior de pessoas chegou para prestigiar.

Na área externa do teatro várias mesas já ocupadas e as canecas cheias demonstravam que o evento realmente bombaria. Montada também estava nossa banquinha de circulação com vários CD’s, de bandas do Circuito Fora do Eixo e independentes variadas, aguçando a curiosidade alheia em conhecer novos ótimos sons e incentivar a cadeia de produção autoral independente. Vários produtos trocados que agora estão circulando nos arredores laranjais de Araraquara.

A intervenção com o público feita pela Companhia Caipira de Dança surpreendeu-os na espera do segundo show. Com fones de ouvidos grandes as três integrantes da Cia se misturavam junto ao público com seus contorcionismos contemporâneos ora malucos e extravagantes ora ritmados e coordenados. Os olhares pasmos, de início, demonstraram uma apreensão e, em seguida, já começavam a mirabolar hipóteses como também a entrarem, literalmente, na dança. O número consistia exatamente em alguns escolhidos casualmente que se propusessem a ouvir uma canção aleatória no reprodutor de MP3 e, sem que as dançarinas ouvissem nada, elas faziam uma performance em frente destes. De uma maneira misteriosa as coincidências casuais nas músicas do ouvinte com o improviso das garotas cabiam de tal maneira cômica digna da sensação do fim de um show de mágicas em que o espectador, desconfiado, procura desvendar o mistério do ilusionismo. Mas nesse caso não havia mistérios, apenas a prova de que, talvez, a casualidade e espontaneidade estejam diretamente relacionadas com a maré do mundo.

Assim pode-se curtir o segundo show da noite com o Nullius Avarus e suas dissonâncias. Uma apresentação bem animada mantendo o nível altíssimo do Grito. Foram os que mais surpreenderam quando, no fim, convidaram todos os espectadores a subir no palco e improvisar a última canção. Mais de quatro presentes aceitaram o desafio e, junto à banda, produziram um lindíssimo som considerado o lema e a cara do evento. Um improviso que durou cerca de sete minutos de pura liberdade de criação, um momento épico que deve ser relembrado.

A casa, após o término do Nullius, atingira o número máximo de público, contavam por volta de trezentas e cinquentas pessoas, que curtiam em seus nichos todas as apresentações ofertadas. O grupo de teatro Preto no Branco começou então a apresentação de sua esquete que servirá para a criação de sua nova peça de heróis. Eis que, na badalada das onze, entram vários superheróis à caráter e formam uma cena estática típica de uma ilustração de quadrinhos. Seus ajudantes de cena traziam, junto a eles, balões, de diversas maneiras e intensidades, e apresentavam ao público a possibilidade de escrever nestes balões de conversação o que desejassem. A timidez típica do público demorou a passar, mas com a sucessão de cenas hilárias foi animando e esquentando o público que não queria mais parar de intervir junto ao grupo. Cenas dignas de registro aconteceram e deram um ar cômico e alegre ao ambiente, complementando ainda mais as multilinguagens composta no festival. O grupo vem apresentando esta esquete em diversos lugares, e algumas dessas frases serão utilizadas e encaixadas no futuro roteiro da nova peça da companhia. Então fiquem ligados que suas frases poderão ser parte do roteiro!

Os Lanivus foram os penúltimos a se apresentarem e seu figurino causou curiosidades dos espectadores, principalmente um dos integrantes apelidado de Slash – se referindo ao ex-guitarrista da famosa banda Guns N’ Roses. Os londrinenses passaram por seu repertório canções autorais altamente influenciadas por bandas como Ozzy Osbourne, Kiss, AC/DC e Guns N’ Roses. Contribuindo assim para mais um estilo musical presente no GR Araraquara.

Por fim, a banda que mais mexeu com o público, a goianiense Mugo com seu som Heavy Metal animador fez a plateia sair do chão, com direito até à famosa roda punk. Podia-se ver a liberação de energias no salão em que todos os corpos encontravam-se soltos nos balanços das cabeleiras. Era chegado o fim, mas com direito a bis. Após o show não sobrou um CD do Mugo na banquinha do Colmeia, todos foram vendidos. Um pedaço do que foi o Grito Rock está circulando pelas casas e alto-falantes de Aracoara, a terra do sol.

O público se dispersou e assim acabou o primeiro dia da maratona, e restavam mais dois! As bandas e artistas foram contemplados com nossa hospedagem solidária e um rangão no dia seguinte. Palmas a cozinheira oficial do coletivo: señorita Paula. No geral o público aproveitou muito e saiu satisfeito deste primeiro dia, ficamos muito satisfeitos de que tudo correu bem e que conseguimos partilhar bons programas com o público.

Rodrigo Melhado


#2º Dia – Bombar 1648 (19/03/2011):


E assim inauguramos o segundo e como se fosse de antemão, relato aqui também o terceiro dia, pois estes já são passados e firmados na história da cidade do sol nascente. O evento de grande projeção palpável “Grito Rock”. Nascido de uma grande articulação, agora internacional, entre pessoas, que virtualmente movimentam uma grande, diríamos assim... Enorme quantidade de pessoas que buscam se expressar de uma maneira ou de outra, e que no palco destrincham beldades, assumidades, alegrias e confissões de um amor, vida, situações; gritarias, melancolias e cantarolisses. E por mais que como espectadores, estejamos à frente destes fulgores de ânimos engajados em boa articulação amistosa a qual chamamos banda, entregarem uma apresentação, no entanto efêmera, é efetivado no espaço, a esperança da queima de diversos neurônios e um bom tempo em frente de telas comunicativas, sempre referentes ao mundo das idéias, sem tato e olfato, poderíamos dizer... Insosso, se não plausivelmente entregue às nossas esperanças a fúria, mansidão, tranquilidade e comunicação que diante de nossos olhos, cheiros, narizes, bocas, peles, cores, texturas, gostos, movimentos, cabelos, roupas, o show esperado que se apresenta. O toque do amigo distante jamais ou há tanto tempo não visto, embalados sob o mesmo ritmo, visceral e ao mesmo tempo contemplativo. Corpos em comunicação, dança de um movimento que trás em si o olhar não somente ao presente, mas presenteia o futuro em sua ambição de entregar a esperança da expressão de sí para com o todo, do todo para consigo, satisfação e formação individual e coletiva sob a poética toda em que somos formados, música, dança, visualidade, enfim corpos e mentes sãos em expansão. E tudo hoje firmado sob a comunicação, guardados à posteridade audiovisual, sensitiva e transformadora de seu núcleo cultural e global.
Aos fulgores mil, chegamos à contagem das cerca de quatrocentas personas que adentraram o prestigioso Bombar de Araraquara, embalados ao som da querida e doce “Jhonny Sue”, representando nossa cena araraquarense, com seu folk abrasileirado ao molho de uma ótima percussão, cantarolada sob a firmeza melodia baixíssima das quatro cordas sempre à frente, anunciando em alta e fina voz os gracejos da linda Ekena, declamando seu livre violôncio de aço às pautas rigorosas baterísticas. Eita banda pra frente! E abram alas aos senhores “Lisabis”, correndo contra o tempo, destrados na arte da boa vizinhança, chamam a sí e a todos a não parar, quem sabe até mesmo em pé, planos altos e baixos corporais foram explorados nos seus momentos firmados em corações que batem a mil, Ska no alto grau, elevando o calor prálem de já se visto na sala ultrassonora Bombar. Uma penca de mano no palco, esforços a conceber, que ao fim já não se acreditava que alí couberam os Lisabis. Salve irmandade, sopros e mais sopros, pra se abanar e metais abalar cada vez mais a região, Ska Campinas, vamo lá! Prazerzasso!
Dominguera, solzão bão dimais da conta pra se verdade, depois de um sábado ensopado que desconfiava qualqué bolim de aniversário, chegam às nossas terras interioranas os tumém carpiras, os cumpadi “Cabana Café” Taubatenses, senhores do café das terra de nosso sinhô caipira Mazzaropi, e é craro, Montero Lobato! E pra iniciar a festelança, os grandes... Magníficos... Estonteantes... Estapefurdios... Catastrofobléticos... Com vocês... Os “Irmãos Zibaldone”, diretamente de Ribeirão Preto! Animando sem poder mais, a cena que se deu no aquecedor da cena cultural local, salve SESC! Iniciando, entremeiando, finalizando e elevando qualquer censo que se possa ter de todo evento Grito Rock Araraquara 2011. Pra curar qualquer dor e proporcionar muito bem estar, a dupla clown “Zibaldone” exclamaram a irônia em ser, e simplesmente, palhaço, com todo gosto, colocando trapalhadas à nossa frente causando bons afagos sob a graça e causalidade de vermos a nós mesmos nos doutores da boa graça. Bom demais o contato irmandade!
Assim inicia-se a mechelança na boa tarde domingueira, com muito som autoral e consistência de uma realidade possível alternativa, a cena independente engrossando o caldo, pra frente Brasil! E lá foram os “Cabanas” que não deixaram por pouco café a todos os presentes envolvidos na gostosura de seus balancês doçura, endireitados à finesse da vocal. Deixando a chapa quente aos cariocas “Do Amor”, que com muitos regionalismos de todo Brasil levaram os ânimos à continuidade da frequência de todo evento, pra cima e com cantorias que vem sempre à mente num tralalá bem gostoso, que venham os próximos Gritos e muito rock a todos nós.
Salve!
Conrado Checchi

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