O Grito Rock Araraquara aconteceu nos dias 18, 19 e 20 de Março em três locais diferentes e reuniu um total de oito bandas, um grupo de dança e dois grupos de teatro. Todos os dias deram uma grande movimentação de público e conseguimos cumprir bem o papel de maior festival integrado da América Latina. No total foram cerca de mil e duzentas pessoas somando os três dias. Para ver as fotos do festival clique aqui ou veja no nosso Álbum do Picasa
#1º Dia – Teatro Wallace Leal (18/03/2011):
Neste a portaria havia optado por também receber doações de alimentos não perecíveis e no total foram arrecadados vários quilos que foram encaminhados para doação à assistência social da prefeitura e esta redistribuirá para as entidades beneficentes da cidade. A entrada e todo o espaço estavam repletos de obras do artista araraquarense Tames Santos na sua exposição: “De um pequeno delírio ao início de uma produção Imagética”
Com pouco mais que cinquenta pessoas, a primeira banda a se apresentar, Bexigão de Pedra, abriu a bateria de shows. A abertura começou impressionando o público com o profissionalismo e a qualidade do som da banda, um instrumental psicodélico delirante no qual as pessoas da pista já demonstravam, no balance metronômico dos corpos, toda sua aprovação de um ótimo início. Ao fim do show, entre o intervalo para a próxima banda, a circulação aumentou e uma quantidade bem maior de pessoas chegou para prestigiar.
Na área externa do teatro várias mesas já ocupadas e as canecas cheias demonstravam que o evento realmente bombaria. Montada também estava nossa banquinha de circulação com vários CD’s, de bandas do Circuito Fora do Eixo e independentes variadas, aguçando a curiosidade alheia em conhecer novos ótimos sons e incentivar a cadeia de produção autoral independente. Vários produtos trocados que agora estão circulando nos arredores laranjais de Araraquara.
A intervenção com o público feita pela Companhia Caipira de Dança surpreendeu-os na espera do segundo show. Com fones de ouvidos grandes as três integrantes da Cia se misturavam junto ao público com seus contorcionismos contemporâneos ora malucos e extravagantes ora ritmados e coordenados. Os olhares pasmos, de início, demonstraram uma apreensão e, em seguida, já começavam a mirabolar hipóteses como também a entrarem, literalmente, na dança. O número consistia exatamente em alguns escolhidos casualmente que se propusessem a ouvir uma canção aleatória no reprodutor de MP3 e, sem que as dançarinas ouvissem nada, elas faziam uma performance em frente destes. De uma maneira misteriosa as coincidências casuais nas músicas do ouvinte com o improviso das garotas cabiam de tal maneira cômica digna da sensação do fim de um show de mágicas em que o espectador, desconfiado, procura desvendar o mistério do ilusionismo. Mas nesse caso não havia mistérios, apenas a prova de que, talvez, a casualidade e espontaneidade estejam diretamente relacionadas com a maré do mundo.
Assim pode-se curtir o segundo show da noite com o Nullius Avarus e suas dissonâncias. Uma apresentação bem animada mantendo o nível altíssimo do Grito. Foram os que mais surpreenderam quando, no fim, convidaram todos os espectadores a subir no palco e improvisar a última canção. Mais de quatro presentes aceitaram o desafio e, junto à banda, produziram um lindíssimo som considerado o lema e a cara do evento. Um improviso que durou cerca de sete minutos de pura liberdade de criação, um momento épico que deve ser relembrado.
A casa, após o término do Nullius, atingira o número máximo de público, contavam por volta de trezentas e cinquentas pessoas, que curtiam em seus nichos todas as apresentações ofertadas. O grupo de teatro Preto no Branco começou então a apresentação de sua esquete que servirá para a criação de sua nova peça de heróis. Eis que, na badalada das onze, entram vários superheróis à caráter e formam uma cena estática típica de uma ilustração de quadrinhos. Seus ajudantes de cena traziam, junto a eles, balões, de diversas maneiras e intensidades, e apresentavam ao público a possibilidade de escrever nestes balões de conversação o que desejassem. A timidez típica do público demorou a passar, mas com a sucessão de cenas hilárias foi animando e esquentando o público que não queria mais parar de intervir junto ao grupo. Cenas dignas de registro aconteceram e deram um ar cômico e alegre ao ambiente, complementando ainda mais as multilinguagens composta no festival. O grupo vem apresentando esta esquete em diversos lugares, e algumas dessas frases serão utilizadas e encaixadas no futuro roteiro da nova peça da companhia. Então fiquem ligados que suas frases poderão ser parte do roteiro!
Os Lanivus foram os penúltimos a se apresentarem e seu figurino causou curiosidades dos espectadores, principalmente um dos integrantes apelidado de Slash – se referindo ao ex-guitarrista da famosa banda Guns N’ Roses. Os londrinenses passaram por seu repertório canções autorais altamente influenciadas por bandas como Ozzy Osbourne, Kiss, AC/DC e Guns N’ Roses. Contribuindo assim para mais um estilo musical presente no GR Araraquara.
Por fim, a banda que mais mexeu com o público, a goianiense Mugo com seu som Heavy Metal animador fez a plateia sair do chão, com direito até à famosa roda punk. Podia-se ver a liberação de energias no salão em que todos os corpos encontravam-se soltos nos balanços das cabeleiras. Era chegado o fim, mas com direito a bis. Após o show não sobrou um CD do Mugo na banquinha do Colmeia, todos foram vendidos. Um pedaço do que foi o Grito Rock está circulando pelas casas e alto-falantes de Aracoara, a terra do sol.
#2º Dia – Bombar 1648 (19/03/2011):
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